O ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente do Supremo Tribunal Federal, revelou ter solicitado apoio dos Estados Unidos para preservar a democracia e evitar um golpe de Estado no Brasil. Sem mencionar nomes ou datas específicas, ele deu a entender que o pedido ocorreu durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Durante um evento em Nova York promovido pelo Lide — grupo empresarial fundado pelo ex-governador de São Paulo, João Doria — Barroso relatou que, à época em que presidia o Tribunal Superior Eleitoral, buscou respaldo norte-americano em defesa da institucionalidade democrática do país.
Barroso esteve à frente do TSE entre maio de 2020 e fevereiro de 2022, período em que conduziu os preparativos para as eleições presidenciais que resultaram na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o então presidente Bolsonaro. Nesse intervalo, o presidente dos Estados Unidos era Joe Biden.
“Em três vezes pedi declarações dos Estados Unidos de apoio à democracia brasileira, uma delas ao próprio Departamento de Estado. Acho que isso teve algum papel, porque os militares brasileiros não gostam de se indispor com os Estados Unidos, pois é aqui que obtêm seus cursos e seus equipamentos”, afirmou durante o evento.
Ao ser convidado a discursar sobre o tema “O Brasil e seu papel na institucionalidade com os Estados Unidos”, o ministro Luís Roberto Barroso admitiu, inicialmente, ter ficado em dúvida sobre o que abordar. No entanto, ressaltou que, ao longo da história, os EUA tiveram participação em episódios de desestabilização democrática no Brasil, como no golpe de 1964. Segundo ele, esse cenário mudou nos últimos anos.
“Mais recentemente tivemos um decisivo apoio dos Estados Unidos à institucionalidade e à democracia brasileiras em momentos de sobressalto”, finalizou.
A declaração de Barroso é extremamente assustadora, já que ele dá a entender que influenciou sobre a vitória de Lula.
