Na manhã desta sexta-feira (13), o Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar da decisão, o militar será conduzido à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, para prestar um novo depoimento. A oitiva está prevista para ocorrer ainda hoje.
Por que a prisão foi decretada?
A prisão de Mauro Cid foi determinada após a Polícia Federal identificar indícios de que ele teria tentado obter um passaporte português com o objetivo de deixar o país e escapar da Justiça. Segundo as investigações, o ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado, teria atuado junto ao Consulado de Portugal, em Recife (PE), para facilitar a emissão do documento.
O caso está relacionado ao chamado “inquérito do golpe”, que apura uma suposta trama para anular o resultado das eleições de 2022 e manter Bolsonaro no poder. Mauro Cid é réu no processo e vem colaborando com a Justiça em delação premiada.
Investigação contra Gilson Machado
Com base nos fatos apurados, a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitaram ao STF a abertura de um inquérito para investigar Gilson Machado. A PGR também pediu medidas cautelares, como busca e apreensão e quebra de sigilos telefônicos e telemáticos do ex-ministro, cobrindo o período de janeiro a junho de 2025.
A suspeita é de que Machado tenha atuado diretamente para tentar viabilizar a fuga de Mauro Cid do território nacional, o que configura obstrução de Justiça.