Enquanto o Brasil vive dias de tensão com o avanço de medidas que podem aumentar ainda mais os impostos, do outro lado da fronteira, a Argentina começa a colher os primeiros resultados de um ajuste econômico radical. O país, que recentemente figurava entre os recordistas mundiais de inflação, registrou em maio a menor alta de preços mensais dos últimos cinco anos: apenas 1,5%.
A queda impressiona. Em abril, a inflação havia sido de 2,8%. E o mais chocante: há um ano, em maio de 2024, o índice estava em alarmantes 276% ao ano. Hoje, esse número caiu para 43,5% nos últimos 12 meses, uma redução de mais de 80%.
O responsável por essa guinada é o presidente Javier Milei, que desde que assumiu em dezembro de 2023 tem adotado medidas econômicas duras para recuperar a confiança na economia argentina. Entre as principais ações estão:
- Corte de gastos públicos, com fim de subsídios e privatizações;
- Reformas fiscais, para reduzir o déficit do Estado;
- Liberação de preços controlados, como combustíveis e energia;
- Política monetária restritiva, com cortes bruscos na emissão de dinheiro.
Apesar de muitos argentinos ainda enfrentarem dificuldades — com salários corroídos e aumento do desemprego — os dados mostram que a inflação, que parecia fora de controle, começa a ceder.
No Brasil, o caminho tem sido o oposto. Desde o início do governo Lula, já foram criados ou aumentados 21 tributos, atingindo diretamente o bolso da população. A lista inclui apostas online, combustíveis, fundos exclusivos, investimentos e até o PIX.
Veja alguns dos principais pontos dessa escalada tributária:
- Volta da tributação sobre combustíveis;
- Imposto sobre apostas esportivas e jogos online;
- Cobrança de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50;
- Fim da isenção de IR sobre fundos exclusivos e offshores;
- Proposta de alíquota única de 17,5% no IR para aplicações financeiras;
- Aumento da CSLL de fintechs e bancos digitais;
- Reoneração da folha para diversos setores;
- Taxação maior sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP);
- Nova cobrança sobre LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas a partir de 2026.
De um lado, a Argentina freando a inflação com medidas duras. Do outro, o Brasil empurrando a conta para o contribuinte.