Há uma crise crescente de mão de obra nas áreas rurais da região nordestina, inclusive nas do Ceará.
No Polo Fruticultor de Petrolina, em Pernambuco, faltam, neste momento, trabalhadores para a colheita da safra de uva. As empresas de lá estão informando que os trabalhadores têm recusado a oferta de emprego formal, ou seja, com Carteira Assinada.
Os trabalhadores alegam que, como são beneficiários do Bolsa Família, do qual recebem 600 reais todo mês, não podem assumir qualquer compromisso de trabalho formal.
Por sua vez, as empresas dizem que, se contratarem mão de obra informalmente, podem ferir a legislação trabalhista e sofrerem a fiscalização do Ministério do Trabalho, que lhes aplicará pesadas multas financeiras.
Aqui no Ceará, a falta de trabalhadores nas fazendas de produção agrícola levou a diretoria da Federação da Agricultura, a Faec, a uma reunião com o secretário estadual do Trabalho, Vladyson
Viana, que foi informado do seguinte:
A cajucultura sofreu muito nos últimos dois meses, porque, precisando de 20 mil trabalhadores para a colheita da safra deste ano, só conseguiu a metade desse número.
O que pretendem a Faec e as demais federações de Agricultura e Pecuária do país é obter do governo federal a permissão para que os beneficiários do Bolsa Família possam trabalhar formalmente durante o período do plantio e da colheita da safra, sem perder o benefício.
Por enquanto, porém, o governo mantém-se calado sobre o assunto.
Diário do Nordeste