A Advocacia-Geral da União (AGU) contratou o escritório norte-americano Arnold & Porter Kaye Scholer LLP, com sede em Washington, para atuar em duas frentes estratégicas: a defesa do Brasil contra sanções impostas pelos Estados Unidos e a representação do ministro Alexandre de Moraes em um processo na Corte Interamericana de Direitos Humanos.
O que chama atenção é que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, atual presidente da Corte, trabalhou nesse mesmo escritório no fim da década de 1980, após concluir um mestrado em Yale. De acordo com a Revista Oeste, Barroso atuou na banca antes de consolidar sua carreira no Brasil, mas o fato de a AGU recorrer justamente ao escritório que já contou com a presença de um ministro do STF levanta questionamentos.
Arnold & Porter Kaye Scholer LLP é uma das maiores bancas de advocacia dos Estados Unidos, com histórico em disputas internacionais de alto impacto. No caso brasileiro, o escritório foi acionado tanto para contestar sanções aplicadas pelo governo Trump quanto para defender Moraes em instâncias internacionais — situações que envolvem diretamente temas de grande relevância política e diplomática.
A ligação indireta entre Barroso e a banca contratada pela AGU coloca em pauta mais uma vez os debates sobre a influência de antigos vínculos profissionais de ministros do Supremo em processos que afetam o país.
