Em mais uma reação ao caos que tomou conta das ruas do Rio de Janeiro, o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) determinou a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito do Crime Organizado (CPI) para a próxima terça-feira, 4 de novembro. A decisão vem logo após a realização da operação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio, que resultou em mais de cem mortos — entre eles policiais e civis.
Segundo Alcolumbre, a comissão tem por objetivo investigar “a estruturação, a expansão e o funcionamento do crime organizado”, com foco especial nas facções e milícias que operam em diferentes regiões do país. Ele reforçou que “é hora de enfrentar esses grupos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro, assegurando a proteção da população diante da violência que ameaça o país”.
O anúncio se dá em um cenário de profunda turbulência. A operação no Rio mobilizou milhares de agentes e deixou um rastro de violência, com estimativas de 119 a 132 mortos — segundo dados extra-oficiais da Defensoria Pública do Estado. A ação, classificada como uma das mais letais da história do estado, gerou protestos de moradores que acusam abuso policial e falhas de inteligência.
No entanto, o Congresso decidiu intervir. A CPI chega como resposta à escalada das facções criminosas, que avançam territorialmente e se infiltram em redes de poder público e privado, como já identificado pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE). “Planos para assassinar autoridades, guerra urbana com dezenas de mortos em 24h no RJ, avanço das facções no Norte e Nordeste… tudo consequência de décadas de abandono pelo poder público, corrupção e incompetência”, declarou





