Em meio à comoção nacional pela morte da brasileira Juliana Marins, que caiu em uma cratera durante trilha na Indonésia, o governo brasileiro se vê envolvido em uma nova polêmica: a Força Aérea Brasileira (FAB) impôs sigilo de 5 anos sobre os custos operacionais do voo que trouxe ao Brasil a ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada por corrupção.
A decisão foi oficializada pelo Comando da Aeronáutica com base na Lei de Acesso à Informação (LAI), alegando que os dados são estratégicos e sensíveis às operações das Forças Armadas. O voo ocorreu no dia 16 de abril, em aeronave oficial da FAB, e teve como destino Brasília.
Segundo o Itamaraty, Heredia recebeu asilo diplomático do governo Lula por “razões humanitárias”, sob a justificativa de que passou por cirurgia recente na coluna e estava com o filho menor de idade sem assistência, já que seu marido, o ex-presidente peruano Ollanta Humala, cumpre pena por lavagem de dinheiro.
Enquanto isso, a família de Juliana Marins — que morreu tragicamente durante uma expedição no Monte Rinjani — foi informada de que o governo brasileiro não pode arcar com o transporte do corpo. O Ministério das Relações Exteriores se baseia no Decreto nº 9.199/2017, que proíbe o uso de recursos públicos para esse tipo de despesa.
A revelação do sigilo sobre o caso Heredia causou revolta entre parlamentares da oposição, que acusam o governo de priorizar criminosos estrangeiros em detrimento de cidadãos brasileiros. O contraste entre os dois casos reacendeu o debate sobre os critérios utilizados pelo governo Lula para definir quem recebe apoio oficial — e quem é deixado à própria sorte.
A pergunta que fica é: por que o Brasil abriu os cofres e a estrutura da FAB para acolher uma condenada estrangeira, enquanto nega suporte mínimo a uma brasileira vítima de tragédia fora do país?
A falta de transparência, somada à seletividade no uso de recursos públicos, gera um desgaste significativo para a imagem do governo, que agora tenta se justificar diante da indignação pública crescente.



