O governo Lula liberou, em tempo recorde, mais de R$ 500 milhões em emendas parlamentares logo após uma reunião realizada no sábado (14/6) com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), aliados e ministros.
Até a véspera da reunião, na sexta-feira (13), o valor empenhado pelo governo – ou seja, reservado para pagamento – era de R$ 151,1 milhões. Já nesta quarta-feira (18), o total saltou para R$ 667,4 milhões, uma diferença de R$ 516,3 milhões.
O motivo da liberação repentina? A pressão crescente dos parlamentares, que vinham reclamando da lentidão no repasse das emendas. Na semana passada, Motta chegou a ligar para a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, cobrando a liberação dos recursos. Ela alegou que o atraso se devia à demora na aprovação do Orçamento de 2025.
Esses mais de R$ 500 milhões liberados são referentes às chamadas emendas individuais, ou seja, indicações feitas por deputados e senadores para obras e ações em seus redutos eleitorais.
A movimentação também coincidiu com a aprovação, pela Câmara, da urgência para votar o projeto que revoga o decreto do governo sobre o IOF. A votação final ainda precisa passar pelo Congresso, mas o timing da liberação de recursos não passou despercebido.
Enquanto muitos brasileiros enfrentam cortes, alta nos impostos e serviços públicos precários, o governo escolhe agradar parlamentares com cifras milionárias. Prioridades bem claras.
