Banco Central faz 7º aumento seguido e leva Selic a 15%

O Copom elevou novamente a taxa básica de juros em 0,25 ponto, levando a Selic de 14,75% para 15% ao ano — o maior patamar desde 2006. A decisão veio contra a aposta da maior parte dos analistas, que esperavam o fim do ciclo de altas nesta reunião.

Por que o Banco Central faz isso?

  • Segurar os preços
    Juros altos encarecem crédito e desestimulam compras e investimentos, esfriando a economia e, assim, reduzindo a pressão sobre os preços.
  • Contexto externo complicado
    Taxas e incertezas nos EUA, somadas a tensões geopolíticas, deixam o capital internacional “arisco”. Países emergentes, como o Brasil, sobem juros para manter o dinheiro aqui e conter a volatilidade do câmbio.
  • Economia interna ainda aquecida
    Desemprego em mínimas históricas e inflação ainda acima da meta indicam demanda forte. O BC tenta esfriar esse ritmo para evitar novas altas nos preços.

Impacto direto no seu bolso

Com a Selic a 15% ao ano, o impacto no dia a dia das pessoas é imediato:

O governo também é afetado, pois passa a gastar mais com o pagamento da dívida pública. Isso pode levar a cortes em áreas sociais ou até mesmo a novos aumentos de impostos para compensar os custos.
O que fazer agora?

Cartão de crédito e cheque especial vão ficar ainda mais caros. Como essas modalidades já têm juros altíssimos, qualquer aumento da Selic piora o cenário. Quem atrasa o pagamento pode ver a dívida crescer rapidamente.

Empréstimos pessoais e consignados também encarecem. Os bancos repassam parte desse aumento nas taxas, o que faz as parcelas subirem. Quem já tem contrato com juros variáveis pode sentir o impacto nas próximas faturas.

Financiamentos de imóveis e veículos ficam mais difíceis. As parcelas sobem, os prazos ficam mais longos e o crédito mais restrito. Um imóvel de R$ 300 mil, por exemplo, pode sair até R$ 60 mil mais caro só por conta dos juros.

Compras parceladas no comércio, como aquelas “10x sem juros”, tendem a desaparecer ou vir com taxas embutidas. As lojas também enfrentam crédito mais caro e repassam isso ao consumidor.

Empresas e empregos também sentem. Com o custo do dinheiro mais alto, os investimentos são adiados, o ritmo de crescimento desacelera e as contratações podem diminuir. Isso pode travar aumentos salariais e novas oportunidades de trabalho.

Por outro lado, a renda fixa fica mais atrativa. Investimentos como Tesouro Selic, CDBs, LCIs e LCAs pós-fixados passam a render mais, sendo boas opções para quem busca segurança e retorno acima da inflação.

  1. Quitar dívidas caras rapidamente — cartão, cheque especial e empréstimos de curto prazo.
  2. Evitar financiamento longo se possível; junte mais entrada ou espere juros caírem.
  3. Rever orçamento: priorize compras à vista e renegocie contratos com taxa variável.
  4. Aproveitar rendimento maior da renda fixa pós-fixada, mantendo reserva de emergência em produtos atrelados à Selic (Tesouro Selic, CDB liquidez diária).
  5. Diversificar: quem tem perfil arrojado pode olhar ações de setores menos sensíveis a juros ou dividendos robustos, mas com cautela — volatilidade tende a aumentar.

Selic a 15% significa crédito mais caro, compras parceladas pesando mais e economia andando devagar, mas também maior retorno na renda fixa. Organize suas finanças, troque dívidas caras por mais baratas (se houver) e use a alta dos juros a seu favor no que for possível.

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