Banqueiros e autoridades dizem que PF também sofreu pressão de Moraes no caso do Banco Master

Relatos de banqueiros e autoridades políticas de Brasília indicam que, além de supostamente ter tentado influenciar o presidente do Banco Central (BC) em favor do Banco Master, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes teria manifestado interesse junto à Polícia Federal (PF) no andamento das investigações sobre o banco, segundo informações publicadas em colunas jornalísticas. De acordo com esses relatos, integrantes da PF teriam recebido comentários sobre “pressões” ou questionamentos sobre o caso envolvendo o Master — algo que teria chegado a membros da corporação como mencionam fontes não identificadas. 

Reportagens jornalísticas também registram que Moraes teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para tratar da situação do Master durante negociações envolvendo sua venda ao Banco de Brasília (BRB). Segundo a colunista, teriam ocorrido ao menos quatro contatos, inclusive por telefone e um presencial, embora o BC — e o próprio ministro — neguem que a intenção fosse influenciar decisões sobre o banco e afirmem que as conversas foram sobre outros temas, como os efeitos da aplicação da Lei Magnitsky. 

No entanto, a direção da Polícia Federal negou categoricamente qualquer pressão. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que Moraes nunca tratou do Banco Master com ele e que nunca houve conversa entre os dois sobre o tema. Segundo ele, é rotina manter diálogo institucional com diversos órgãos, mas o caso do Master não foi objeto de nenhum pedido ou pressão do ministro à PF. 

A Folha de S.Paulo, em sua cobertura mais recente sobre a crise em torno do caso Banco Master, cita que fontes ouvidas indicam esse tipo de menção de Moraes também à PF, mas que até agora não há confirmação oficial de contatos desse teor — e que a própria reportagem ressalta a importância de cautela na interpretação de informações sigilosas e na checagem de relatos anônimos. Folha destaca a necessidade de apuração rigorosa antes de conclusões definitivas sobre possíveis intervenções do ministro ou de outras autoridades públicas. 

A repercussão do episódio tem gerado forte debate político. Parlamentares oposicionistas estudam ações como pedidos de CPI e até impeachment contra Moraes, baseando-se nas reportagens que mencionam contatos entre o ministro e órgãos como o Banco Central e, possivelmente, a PF. Outros especialistas pedem cautela, lembrando que denúncias baseadas em fontes sigilosas precisam de confirmação antes de ter peso institucional. 

Até o momento, não foi apresentada nenhuma prova documental pública de supostas interações diretas entre Moraes e a PF sobre o caso — as alegações circulam principalmente por meio de relatos em colunas e notas jornalísticas.

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