Após as manifestações do 7 de Setembro, que reuniram uma multidão em diferentes capitais do país pedindo o afastamento de ministros do Supremo Tribunal Federal, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, decidiu se pronunciar nesta segunda-feira. Em sua fala, o ministro criticou os protestos contra o STF e buscou reforçar a legitimidade das ações da instituição, mas evitou qualquer comentário sobre as denúncias envolvendo Alexandre de Moraes.
Barroso declarou: “Tendo vivido e combatido a ditadura militar, nela é que não havia devido processo legal público e transparente, acompanhado pela imprensa e pela sociedade. Era um mundo de sombras. Hoje, tudo tem sido feito à luz do dia. O julgamento é um reflexo da realidade.” O ministro ainda acrescentou que “processo penal é prova, não disputa política ou ideológica”, tentando afastar o caráter político das críticas contra o Supremo.
O silêncio de Barroso, no entanto, chama atenção. Mesmo diante de diversas denúncias apresentadas por Eduardo Tagliaferro contra Moraes, o presidente do STF não se manifestou em nenhum momento. Foi apenas após o governador Tarcísio de Freitas chamar Moraes de “tirano” e a manifestação levar milhares de pessoas às ruas que Barroso decidiu rebater de imediato, preferindo atacar os protestos em vez de responder às acusações formais que já vinham sendo feitas contra o relator.
