O Brasil ocupa a penúltima posição em eficiência governamental entre os países da América Latina, superando apenas a Venezuela, segundo dados do Banco Mundial e de estudos sobre governança global. O índice avalia critérios como qualidade dos serviços públicos, capacidade do Estado em implementar políticas eficazes, estabilidade institucional, controle da corrupção e confiança da população nas instituições.
No indicador de eficácia governamental do Banco Mundial, o Brasil obteve pontuação de apenas 32%, enquanto países como Chile e Uruguai se destacam com índices acima de 70%. Entre os 20 países latino-americanos analisados, apenas Venezuela, Bolívia, Suriname e Nicarágua apresentam desempenho semelhante ou inferior ao brasileiro.
A baixa posição do Brasil no ranking revela um cenário crônico de ineficiência administrativa, burocracia excessiva, corrupção sistêmica e instabilidade na formulação de políticas públicas. Além disso, o país também apresenta um dos menores índices de confiança social da região, segundo o Latinobarómetro: apenas 5% dos brasileiros afirmam confiar na maioria das pessoas — o pior resultado da América Latina.
Apesar da criação do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos e de medidas como o Novo PAC e a Reforma Tributária, os avanços ainda são tímidos diante da complexidade dos problemas enfrentados. A falta de continuidade nas políticas públicas, o loteamento político de cargos estratégicos e a baixa transparência em diversas áreas da administração pública seguem como entraves ao avanço da governança no país.
Enquanto isso, países vizinhos vêm adotando medidas para melhorar seus sistemas administrativos e institucionais. O Uruguai, por exemplo, tem apostado em serviços digitais e políticas de estado com foco em eficiência, transparência e participação social — o que reflete diretamente em sua alta posição nos indicadores internacionais.
A realidade brasileira escancara a urgência de reformas estruturais profundas, maior profissionalização da máquina pública e combate efetivo à corrupção, caso o país queira deixar de figurar entre os piores em um ranking tão essencial para o desenvolvimento sustentável.



