A tensão diplomática entre Brasília e Washington ganhou mais um capítulo nesta quinta-feira (18/7), após a Casa Branca reagir a declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante entrevista à CNN Internacional. Ao comentar sobre a política externa dos Estados Unidos e a figura de Donald Trump, Lula afirmou que o ex-presidente republicano “parece querer ser o imperador do mundo”.
A resposta veio com firmeza. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, classificou a fala de Lula como absurda e declarou que Trump “não está tentando ser imperador do mundo”. Segundo ela, é lamentável que o Brasil permita esse tipo de retórica por parte de seu chefe de Estado.
A troca de farpas evidencia um desgaste crescente entre os governos dos dois países. Lula, desde que voltou ao poder, tem adotado uma postura crítica à política externa norte-americana — especialmente em temas ligados ao Oriente Médio, à guerra da Ucrânia e à figura de Trump, provável candidato republicano nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em novembro.
A fala de Lula ocorre justamente no momento em que Trump ganha força nas pesquisas e se aproxima de uma possível vitória sobre Joe Biden. Enquanto isso, o presidente brasileiro tenta se projetar como liderança global, mas frequentemente escorrega em declarações que soam como provocações ideológicas, sobretudo quando se refere a líderes conservadores.
A reação da Casa Branca mostra que os Estados Unidos não estão dispostos a tolerar ataques retóricos sem resposta, especialmente quando partem de um país considerado parceiro estratégico. Lula insiste em usar a política externa como palanque para embates ideológicos, comprometendo a neutralidade que se espera de um chefe de Estado e colocando o Brasil em risco de isolamento internacional em momentos cruciais.
