A China voltou a chocar o mundo ao condenar o ex-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais, Tang Renjian, à pena de morte com suspensão condicional de dois anos após ser considerado culpado por receber mais de 268 milhões de yuans em propinas — quantia que, segundo a acusação, foi acumulada entre 2007 e 2024 por meio de favorecimentos e contratos irregulares. O tribunal de Changchun determinou ainda a perda dos direitos políticos de forma vitalícia, o confisco dos bens pessoais e o recolhimento dos valores desviados aos cofres públicos; embora Tang tenha admitido os crimes e demonstrado arrependimento, a severidade da pena foi justificada pelo tribunal como resposta à “gravidade das perdas causadas ao Estado e ao povo”. Essa decisão se insere na ampla e implacável campanha anticorrupção do governo de Xi Jinping, que derrubou diversas autoridades de alto escalão e que, para críticos, combina rigor moral com forte instrumentalização política.
Se a lógica aplicada na China valesse para o Brasil, a cena seria diferente — e cá entre nós: quase todos os ministros e boa parte do alto escalão político estariam “enterrados” no sentido político da palavra, com carreiras arruinadas, investigações em curso e, em muitos casos, denunciados ou presos. Digo “enterrados” no sentido de fim de carreira e responsabilização — não como apelo à violência, mas como crítica cortante à impunidade que ainda persiste por aqui, onde esquemas semelhantes muitas vezes acabam em acordos brandos, afastamentos temporários ou total leniência.
Em nosso país infelizmente a impunidade persiste, um político é condenado em 3 instância e ganha o bônus de ser descondenado e ainda recebe “ajudinha” dos poderes para reelegê-lo.




