O jornalista americano Michael Shellenberger denunciou o caso de Ademir Domingos Pinto da Silva, um vendedor ambulante de 54 anos, como um exemplo alarmante de abuso de poder judicial no Brasil. Segundo ele, Ademir não participou dos atos do dia 8 de janeiro de 2023.
De acordo com o relato, Ademir chegou ao acampamento militar em Brasília apenas na noite daquele dia, com o objetivo de vender camisetas e bandeiras. Ainda assim, foi impedido de sair, detido pela polícia e, mais tarde, incluído na lista de acusados.
O que mais chamou a atenção do jornalista é o motivo usado para justificativa da prisão e posterior condenação: tuítes publicados em 2018 em que Ademir criticava o então ex-presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT). Nenhuma das postagens mencionava o 8 de janeiro, tampouco as eleições de 2022.
Mesmo assim, um relatório assinado pela chamada “unidade de desinformação” teria incluído Ademir como “positivo”, servindo de base para quatro meses de prisão, além de uma condenação criminal. Hoje, Ademir usa tornozeleira eletrônica, está obrigado a prestar serviços comunitários e teve direitos cerceados.
O advogado do ambulante foi categórico: classificou o processo como “uma mancha vergonhosa no Supremo Tribunal Federal”, alegando que “nenhum ministro sequer leu o processo” antes da condenação.





