Defesa afirma ao STF que não há provas ligando Bolsonaro aos atos de 08 de janeiro

No segundo dia de julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, a defesa de Jair Bolsonaro insistiu que não há qualquer elemento de prova que o vincule aos acontecimentos de 8 de janeiro. O advogado Celso Vilardi afirmou que o ex-presidente foi “dragado” para essa narrativa sem fundamentação concreta, destacando que não existe “uma única prova” que o associe ao chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”, à Operação Luneta ou aos episódios de invasão em Brasília.

A argumentação se concentrou no fato de que a denúncia contra Bolsonaro se apoia quase exclusivamente na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid e em uma minuta encontrada no celular dele. Para a defesa, isso não pode ser considerado prova robusta nem suficiente para justificar acusações de tamanha gravidade. Vilardi ainda ressaltou que a delação sequer aponta participação direta de Bolsonaro e que a acusação tenta transformar um documento isolado, localizado em outro celular, em vínculo direto.

Outro ponto criticado foi o volume de provas entregue às defesas: cerca de 70 terabytes de material, que, segundo os advogados, é impossível de ser analisado em tempo hábil, configurando cerceamento de defesa. “Ele foi arrastado para esses fatos sem qualquer sustentação concreta”, afirmou Vilardi, reforçando que o processo carece de base material consistente.

A sustentação no STF marcou um dos momentos mais esperados do julgamento, já que a defesa buscou reforçar a tese de ausência de ligação entre o ex-presidente e os atos de 8 de janeiro, colocando em dúvida tanto a credibilidade das delações quanto o real alcance das provas apresentadas.

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