Déficit recorde: estatais federais perdem R$ 8,3 bilhões até agosto e superam prejuízo anual histórico

As empresas estatais federais registraram um déficit primário de R$ 8,3 bilhões no período de janeiro a agosto deste ano, conforme dados divulgados pelo Banco Central. Este valor já ultrapassa o maior prejuízo anual de toda a série histórica, iniciada em 2001.

O principal fator por trás desse resultado negativo é a situação financeira dos Correios, que acumulou um déficit de R$ 4,3 bilhões somente no primeiro semestre de 2025. A estatal apresentou recentemente, na quarta-feira (15), um plano de reestruturação para tentar reequilibrar suas finanças, em meio a um cenário de intenso debate sobre o desempenho e a gestão das empresas públicas federais.

Os números evidenciam uma deterioração acentuada nos resultados do setor. Após um superávit de R$ 6,1 bilhões em 2022, o saldo inverteu para um déficit de R$ 2,2 bilhões em 2023. Já em 2024, o prejuízo anual alcançou R$ 8 bilhões, marca agora superada em apenas oito meses. A série histórica anterior mostrava um período de forte superávit, como os R$ 11,8 bilhões de saldo positivo em 2019, com a piora constante começando em 2023.

Além dos Correios, outras estatais contribuíram para o resultado adverso no último ano, incluindo a Emgepron (projetos navais), a Infraero (aeroportos), o Serpro (processamento de dados) e a DataPrev (tecnologia para a Previdência Social).

Especialistas consultados pela CNN indicam que o quadro financeiro pode se agravar ou melhorar ligeiramente até o final de 2025, a depender do fluxo de receitas e do rigor no controle de despesas. Contudo, a tendência geral é de que o déficit persista, especialmente considerando o aumento de gastos tipicamente observado em anos eleitorais.

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