O deputado do PT, Rui Falcão, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma representação contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Ele acusa o governador de articular em Brasília uma anistia que poderia beneficiar Jair Bolsonaro e outros investigados pelos atos de 8 de janeiro. No pedido, o petista solicita a apreensão dos passaportes de Tarcísio, inclusive o diplomático, além da proibição de sair do país sem autorização judicial e de manter contato com investigados, sob risco de prisão preventiva em caso de descumprimento.
A iniciativa, no entanto, evidencia uma seletividade preocupante. Enquanto Rui Falcão pede punição a um governador opositor, ignora um fato muito mais grave: o governo Lula libera bilhões em emendas parlamentares justamente nos dias que antecedem votações decisivas, sempre para assegurar o apoio da sua base governista no Congresso.
Esses recursos, pagos com dinheiro do contribuinte, são utilizados como moeda de troca para manter a fidelidade da base de Lula. Em vez de questionar essa prática, que compromete a lisura do processo legislativo e desequilibra a democracia, o deputado prefere mirar em adversários políticos.
A verdadeira distorção institucional está na compra de votos com verbas públicas, e não em passaportes. É esse tipo de mecanismo que deveria ser alvo de investigações no STF, se houvesse real preocupação com a defesa da democracia.
