Apesar de Nicolás Maduro estar em plena campanha para tentar se manter no poder na Venezuela, os Estados Unidos seguem oferecendo uma recompensa de US$ 15 milhões (cerca de R$ 82 milhões) por informações que levem à sua prisão. A acusação formal é de narcoterrorismo — uma das mais graves na legislação norte-americana.
A recompensa foi inicialmente anunciada em março de 2020, durante o governo Donald Trump, quando o Departamento de Justiça dos EUA formalizou a acusação contra Maduro por comandar um esquema de tráfico de drogas em parceria com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Segundo as investigações americanas, o regime chavista teria transformado o Estado venezuelano em um canal de escoamento de toneladas de cocaína com destino aos Estados Unidos.
Desde então, nada mudou. Embora Joe Biden tenha ensaiado aproximações diplomáticas com Caracas em razão da crise energética, o Departamento de Estado nunca retirou a recompensa. Ela continua disponível no site oficial do “Programa de Recompensas de Narcóticos”, ao lado de nomes como os de chefes de cartéis mexicanos.
Enquanto isso, no Brasil, o presidente Lula da Silva faz o oposto. Não só reabilitou Maduro politicamente na América do Sul, como também o chamou de “vítima de narrativas” e o recebeu com honras de chefe de Estado. A contradição entre os discursos de Brasília e Washington é gritante — enquanto os EUA tratam Maduro como criminoso internacional, o governo brasileiro se esforça para normalizar sua imagem e minimizar as denúncias de violação de direitos humanos, censura, perseguição política e desabastecimento que há anos assolam o povo venezuelano.
A insistência americana em manter a recompensa deixa claro que, para os EUA, Maduro continua sendo um fugitivo da Justiça, não um parceiro diplomático. É também um recado ao mundo: alianças políticas à parte, o histórico criminal do ditador venezuelano segue sendo prioridade para as autoridades dos EUA.




