O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux questionou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), sobre a quantidade de depoimentos prestados no âmbito de sua delação premiada. As oitivas fazem parte da investigação sobre um suposto plano de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Durante o interrogatório, Cid explicou que, inicialmente, fez um relato amplo e, posteriormente, foi convocado pela Polícia Federal (PF) para prestar esclarecimentos adicionais. Segundo ele, as novas declarações serviram para sanar dúvidas, como identificar pessoas e situações, e não para apresentar fatos inéditos.
Fux pergunta a Cid se Bolsonaro assinou minuta para autorizar golpe no país, e ele confirma que não https://t.co/qxcQPMDzsk pic.twitter.com/8qvJCU5ciZ
— Blog Thalita Moema (@blogdatm) June 10, 2025
Mais cedo, ao ser questionado pelo ministro Alexandre de Moraes, Cid negou ter sofrido qualquer tipo de pressão para firmar o acordo de colaboração.
Esta não foi a primeira vez que Fux demonstrou preocupação com a quantidade de depoimentos. Em sessão da Primeira Turma do STF, que analisou a denúncia contra o núcleo central da suposta trama golpista, o ministro disse ver a situação com “ressalvas”.
— Vejo com muita reserva nove delações de um mesmo colaborador, cada hora acrescentando uma novidade. Mas me reservo a analisar eventual ilegalidade ou ineficácia dessa delação no momento específico — afirmou Fux.
Fux também foi o único ministro da Primeira Turma, além do relator Alexandre de Moraes, a solicitar acesso direto aos interrogatórios. Os demais ministros receberão um relatório detalhado das oitivas.
Ainda durante a audiência, Fux perguntou se o ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a assinar a minuta do golpe. Mauro Cid respondeu que não. A negativa, segundo ele, indicaria que nenhuma medida foi efetivamente autorizada por Bolsonaro.
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