A dívida pública brasileira atingiu um nível alarmante em 2025. Projeções da Receita Federal e do Banco Central indicam que o endividamento já ultrapassa R$ 9,75 trilhões, o equivalente a mais de 78% do Produto Interno Bruto (PIB), o pior patamar da história. O quadro fiscal se agravou com a manutenção da taxa Selic em níveis elevados e com a flexibilização do novo arcabouço fiscal, aprovado em 2023 para substituir o teto de gastos. Embora apresentado como instrumento de controle das contas públicas, o modelo vem sendo ajustado para acomodar despesas fora da meta de resultado primário, o que reduz sua eficácia. Economistas alertam que, sem uma mudança na trajetória de endividamento, o Brasil pode enfrentar um colapso fiscal já em 2027.
Além disso, o déficit primário acumulado superou R$ 100 bilhões até setembro de 2025. Já o déficit nominal — que inclui os juros da dívida — deve encerrar o ano em torno de 8,6% do PIB, o maior desde o início do Plano Real. Esse cenário coloca o Brasil como o segundo país emergente com maior dívida pública, atrás apenas da China. O desequilíbrio entre arrecadação e gastos, aliado à ausência de reformas estruturais, tem aumentado a desconfiança dos mercados e pressionado a credibilidade do governo federal.





