Durante uma sessão marcada por tensão e atraso na noite desta quarta-feira (6/8), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que “nenhum projeto pessoal deve estar acima dos interesses do povo brasileiro”. A fala, no entanto, contrasta com a realidade de sua gestão, onde apenas os projetos de seu interesse — ou de aliados próximos — seguem avançando, enquanto pautas populares, como a anistia aos manifestantes do 8 de janeiro, seguem bloqueadas.
Apesar do discurso de imparcialidade, Motta tem sido criticado por priorizar seus próprios interesses políticos e se manter alinhado ao governo Lula em troca de benefícios. Quando foi candidato à presidência da Câmara, ele prometeu pautar a anistia e representar a vontade popular — promessas que jamais cumpriu após conquistar o cargo.
Além disso, o presidente da Câmara foi envolvido em um escândalo de nomeações de parentes de assessoras fantasmas. Ele empregou Athina Batista Pagidis, mãe da fisioterapeuta Gabriela Pagidis, que era servidora fantasma. Também nomeou a irmã, a tia e o primo da mesma família. Juntos, os salários pagos a esses familiares somam cerca de R$ 2,8 milhões aos cofres públicos. As exonerações só ocorreram após a repercussão negativa.
Enquanto isso, Motta mantém um discurso de austeridade e compromisso com a população, mas se recusa a pautar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e os pedidos de anistia que mobilizam parte significativa do Congresso. Parlamentares da oposição acusam o presidente da Câmara de agir como um aliado fiel do Planalto e de governar em causa própria.
Para completar, Motta recentemente reforçou sua aproximação com o governo, tratando diretamente com Lula sobre “soluções” para os presos do 8 de janeiro — ao mesmo tempo em que esvazia as discussões sobre anistia no plenário, mesmo com maioria formada entre os deputados.
Na prática, Hugo Motta tem governado com base na conveniência política e interesse pessoal, ignorando as demandas do povo e as promessas que o elegeram.
