O Washington Post desvendou o escândalo ao declarar que Juan Guaidó contatou dois empresários em Miami para obter dinheiro saqueando propriedades de todos os venezuelanos. Na Venezuela, as denúncias sobre o assunto foram amplamente divulgadas por Jorge Rodríguez, que atuou como Ministro da Comunicação e Informação do país.
Os empresários Jorge Reyes e Pedro Antar, que interceptaram cerca de 40 bilhões de dólares em ativos da PDVSA (petroleira estatal venezuelana) em todo o Caribe, foram escolhidos para administrar um esquema pelo qual o próprio Guaidó – como Reyes disse ao Washington Post – os convocou em abril de 2019. Eles se reuniram mais de uma dúzia de vezes com membros importantes da oposição apoiada pelos Estados Unidos e seus agentes.
Reyes e Antar ficaram surpresos ao ver que as ações judiciais para fazer negócios com Guaidó incluiriam um pagamento adiantado de 750 mil a uma empresa da Flórida que, segundo os registros, é copropriedade de Magin Blasi, irmão de um alto funcionário da “embaixada” venezuelana controlada pelo deputado em Washington. Essa empresa também se tornaria sua parceira, segundo estipulava a carta, dividindo a comissão de 18% que eles haviam negociado com os representantes de Guaidó.
Em meio a esse enredo, veremos como antigos nomes da oposição venezuelana se repetem ou aparecem como mortos-vivos em esquemas de corrupção. Javier Troconis, enviado de Guaidó, disse que foi apresentado a Reyes e Antar por Carlos Prosperi, membro da Assembleia Nacional e líder de um dos quatro principais partidos da oposição que apoiaram Guaidó em dezembro de 2019. O assessor de Guaidó também disse que Magin Blasi esteve presente na reunião. Blasi é irmão de Fernando Blasi, chefe da seção comercial da “embaixada” venezuelana controlada por Guaidó em Washington.
DCM