A Justiça do Rio de Janeiro condenou a farmacêutica AstraZeneca a pagar indenização de R$ 1,1milhão por danos morais à família de uma gestante de 35 anos que morreu em decorrência da vacina contra
Covid-19.
Em trecho da decisão assinada na última quinta-feira (5), o juiz Mauro Nicolau Junior, da 48ª Vara Cível do Tribunal de Justiça fluminense, ressalta que a mulher foi a primeira grávida brasileira a morrer por causa do imunizante.
O caso, que ocorreu em 2021, levou o governo federal a suspender a aplicação da vacina AstraZeneca em gestantes, e o laboratório admitiu que não havia testado o imunizante em grávidas antes de sua liberação.
Thais Possati, que era promotora de Justiça do Ministério Público estadual, tinha um filho de 3 anos à época e estava grávida de 23 semanas, quando recebeu a vacina no dia 5 de maio de 2021.
No dia seguinte após tomar a vacina, a promotora desencadeou uma série de complicações que evoluíram para um quadro de AVC hemorrágico associado a trombose de seio venoso. Thais foi operada de emergência e o bebê que ela estava esperando morreu.
De acordo com a Justiça, a causa da morte do bebê estava “associada às complicações que a mãe vinha enfrentando, já que todos os problemas de saúde causados à gestante por conta da vacina foram transmitidos ao filho que gerava”. Thais morreu no dia 10 de maio.
“Thais faleceu e a causa da morte foi hipertensão intracraniana, AVC hemorrágico, trombocitopênica trombólica, gestação, de modo que as mortes dela e de seu filho podem ser atribuídas aos efeitos da vacina produzida pela ré”, afirmou o juiz, na decisão.
Procurada, a AstraZeneca não comentou sobre a decisão judicial. Em nota, a empresa afirmou que a vacina demonstra ter “perfil de segurança favorável”.
“A partir do conjunto de evidências em ensaios clínicos e dados do mundo real, a vacina Oxford-AstraZeneca tem demonstrado continuamente ter um perfil de segurança favorável, e reguladores em todo o mundo afirmam consistentemente que os benefícios da vacinação superam os riscos de efeitos colaterais potenciais e que são extremamente raros”, disse.
Folha