O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou drasticamente os gastos com publicidade nas redes sociais nas últimas semanas, em plena tramitação do projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais.
De acordo com um levantamento da GloboNews, baseado em dados oficiais da Meta (empresa responsável por Facebook e Instagram), o Palácio do Planalto desembolsou R$ 8,4 milhões em anúncios apenas nos últimos 30 dias — uma média de R$ 283 mil por dia.
Nos dois meses anteriores, o montante havia sido de R$ 4,7 milhões, ou R$ 77 mil diários, o que representa um aumento de 360% nos gastos com impulsionamento digital.
Mais de 90% das campanhas veiculadas no dia da aprovação da proposta tratavam diretamente da pauta do Imposto de Renda, segundo o levantamento. Hoje, o Governo Federal ocupa o posto de maior anunciante político da plataforma Meta.
A escalada de gastos provocou forte reação da oposição, que cobra transparência sobre a destinação da verba pública e levanta suspeitas de que os recursos estejam sendo usados para promover a imagem de Lula e beneficiar o governo politicamente. Parlamentares questionam se a Secretaria de Comunicação Social (Secom) tem cumprido sua função de informar a população ou se estaria utilizando a estrutura estatal com fins eleitorais.
As críticas se ampliam diante de licitações milionárias e da existência de programas como a Rede Minerva, que segundo a oposição poderiam estar sendo usados para monitorar adversários políticos e direcionar conteúdos estratégicos.
Comunicação aposta em humor e linguagem popular
Sob comando do ministro Sidônio Palmeira, a Secom tem adotado uma estratégia de comunicação leve e humorada, com vídeos curtos e linguagem popular, especialmente nas redes do Governo Federal.
Um post recente destacou que o perfil oficial do @governodobrasil no Instagram ganhou 1,2 milhão de novos seguidores, alcançando 2,9 milhões no total.
Além da isenção do IR, outras pautas consideradas positivas pelo Planalto — como a valorização do PIX e do SUS, a saída do Brasil do Mapa da Fome e o programa Luz do Povo — têm sido amplamente promovidas nas redes.
