O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou nesta terça-feira (15) todos os atos da Operação Lava Jato envolvendo o doleiro Alberto Youssef. Com a decisão, ficam sem efeito todas as determinações tomadas pelo ex-juiz Sergio Moro no caso.
Para Toffoli, ficou comprovado um “conluio” entre a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e Moro, comprometendo o direito de defesa de Youssef. “A parcialidade do juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba extrapolou todos os limites. Houve ajustes e combinações entre juiz e acusação que inviabilizaram o contraditório e a ampla defesa”, afirmou o ministro.
Segundo ele, o processo tinha “cartas marcadas” para garantir condenações, com estratégias articuladas entre Moro e os procuradores. Toffoli também destacou como exemplo de abuso a gravação clandestina de conversas de Youssef dentro da cela da Polícia Federal, em 2014, demonstrando a proximidade irregular entre juiz e acusadores.
Alberto Youssef foi um dos primeiros presos da Lava Jato, em março de 2014. Condenado por lavagem de dinheiro e organização criminosa, ele fez acordo de delação e passou ao regime domiciliar em 2016. Em 2017, conseguiu autorização para cumprir pena em regime aberto.



