O senador Carlos Viana, presidente da CPMI do INSS, afirmou que o ministro Dias Toffoli — que recentemente viajou no mesmo jatinho que um advogado ligado ao Banco Master — determinou que a comissão entregue todos os documentos que envolvem Daniel Vorcaro, proprietário da instituição.
Viana reagiu com indignação:
“Recebo com profunda indignação a decisão do ministro Dias Toffoli, que ordenou a retirada de documentos da CPMI do INSS, justamente aqueles que investigam o presidente do Banco Master. A decisão não é apenas estranha. É grave. Quando se retira de uma CPMI o acesso a documentos essenciais, enfraquece-se a investigação e amplia-se a desconfiança da sociedade sobre o que se tenta ocultar.”
Mesmo em recuperação de uma cirurgia emergencial, o senador afirmou que o dever com o Parlamento o obriga a se manifestar. Ele destacou que a CPMI apura um dos maiores escândalos envolvendo empréstimos consignados no país, com suspeitas de abusos contra aposentados e pensionistas.
Segundo Viana, os documentos retirados não são acessórios, mas peças centrais para rastrear fluxos financeiros, contratos e relações que podem revelar quem lucrou bilhões às custas de idosos e trabalhadores. Para ele, a interferência externa desorganiza a investigação, cria um precedente perigoso e ameaça o direito do Congresso de apurar fatos graves.
“Quando se retira documento de uma CPMI, não se retira apenas papel. Retira-se transparência. E sem transparência, não há justiça”, afirmou, citando a passagem bíblica de Lucas 8:17 — “Nada há encoberto que não venha a ser revelado”.
Viana garantiu que a presidência da CPMI adotará todas as medidas para preservar a legalidade dos atos e a integridade da investigação.
