Moraes fala em risco de fuga e dá 48h para Bolsonaro explicar pedido de asilo, mas documento é de 2024

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, deu 48 horas para Jair Bolsonaro explicar um suposto pedido de asilo político encontrado em seu celular, alegando risco de fuga.

A contradição é clara: o documento usado pela PF não é atual. Segundo os metadados, a minuta de 33 páginas, sem data nem assinatura, foi salva em 10 de fevereiro de 2024. O texto cogitava um pedido de asilo ao presidente argentino Javier Milei, mas nunca foi protocolado nem assinado. Mesmo assim, é tratado agora, em 2025, como se fosse prova de descumprimento de medidas cautelares.

Bolsonaro ainda é acusado de movimentar R$ 30 milhões entre 2023 e 2024 sem origem comprovada, mas trata-se apenas de investigação em andamento, sem condenação.

É importante lembrar que pedir asilo não é crime. O Brasil já concedeu esse direito a vários estrangeiros, inclusive no governo Lula, quando Cristina Kirchner, condenada por corrupção, recebeu acolhimento sem qualquer reação da PF.

Usar um rascunho antigo como prova atual reforça a percepção de perseguição política. Enquanto não há escândalos de corrupção atribuídos a Bolsonaro, suspeitas frágeis são tratadas como crimes consumados.

A contradição é evidente: como justificar que um documento de 2024 seja usado em 2025 como se fosse uma prova atual de tentativa de fuga? O caso reforça a percepção de que há uma perseguição política em curso. Enquanto não há provas de corrupção ou desvios de bilhões contra Bolsonaro, como ocorreu em escândalos de governos anteriores, o STF e a PF tratam rascunhos e suspeitas como se fossem crimes consumados.

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