Moraes proíbe Jair Bolsonaro de receber visita dos filhos

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro cumpra prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica e sob restrições rigorosas, entre elas a proibição de visitas dos filhos que não moram com ele, como Flávio, Carlos e Renan Bolsonaro. A decisão, assinada nesta segunda-feira, 4 de agosto de 2025, é mais um capítulo do cerco judicial contra o ex-presidente e reforça seu isolamento político, pessoal e familiar.

Pela ordem de Moraes, apenas a esposa Michelle Bolsonaro e a filha que residem com ele estão liberadas da exigência. Todos os demais, incluindo filhos e aliados, só poderão visitar Bolsonaro com autorização prévia e expressa do STF. Até mesmo os advogados precisam estar formalmente constituídos no processo para ter acesso ao ex-chefe de Estado.

Ou seja: Bolsonaro, que não cometeu qualquer crime contra os cofres públicos, não enriqueceu ilicitamente, não desviou verbas, não comprou mansões nem bancos, está sendo tratado com mais rigor do que criminosos condenados por corrupção e organização criminosa. Até presos em regime fechado têm direito a visitas familiares regulares — direito que está sendo negado ao ex-presidente da República.

Além disso, a decisão impõe:

  • Proibição total do uso de celular, inclusive por terceiros que estejam no local;
  • Proibição de contato com outros investigados, incluindo ex-ministros, generais e aliados políticos;
  • Instalação de tornozeleira eletrônica, já aplicada nesta segunda-feira.

A justificativa de Moraes para a medida é que Bolsonaro estaria tentando burlar restrições anteriores por meio de familiares e aliados, usando supostamente a estrutura de uma “milícia digital” para continuar se manifestando publicamente. Mas não há qualquer prova concreta de que Bolsonaro tenha cometido crime ou desobedecido ordens de forma direta — o que coloca a decisão no campo da interpretação subjetiva e política, não jurídica.

A reação dos filhos foi imediata. Flávio Bolsonaro classificou a medida como “vingança política”, enquanto Eduardo Bolsonaro chamou Moraes de “psicopata descontrolado”, afirmando que se trata de uma perseguição sem precedentes a um ex-presidente democraticamente eleito.

Bolsonaro, por sua vez, permanece em silêncio, recolhido em sua casa, com acesso restrito até mesmo a visitas familiares — uma realidade que choca ao ser comparada com o tratamento dado a criminosos comuns e políticos que, comprovadamente, saquearam o Estado e continuam livres, soltos e atuantes.

A decisão de Alexandre de Moraes está parecendo uma obsessão. É desproporcional e escancara o uso do Judiciário como instrumento de perseguição política. Em um país onde criminosos condenados por corrupção, tráfico, assassinatos recebem visitas semanais, cumprem pena com regalias e mantêm influência mesmo atrás das grades, negar a Bolsonaro o direito de receber os próprios filhos — sem que ele tenha cometido qualquer crime é uma violação aos direitos humanos.

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