O Ministério Público solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) a abertura de investigação sobre supostos indícios de “rachadinha” no gabinete do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), atual presidente da Câmara dos Deputados. A representação foi protocolada pelo subprocurador-geral Lucas Furtado após reportagens revelarem movimentações suspeitas envolvendo assessores parlamentares.
Segundo a denúncia, Ivanadja Velloso Meira Lima, chefe de gabinete de Motta, recebeu procurações amplas para movimentar salários de ao menos dez servidores. Esses documentos teriam permitido a ela sacar e transferir valores que, juntos, ultrapassam R$ 4,1 milhões. O caso levanta suspeitas de desvio de parte dos vencimentos de funcionários para terceiros, prática conhecida como “rachadinha”.
O pedido de Furtado aponta ainda a necessidade de verificar eventuais casos de funcionários fantasmas e de acúmulo irregular de cargos. O TCU deverá analisar se houve prejuízo ao erário e se os salários pagos aos servidores realmente correspondiam a trabalho efetivo.
Paralelamente, o procurador Deltan Dallagnol apresentou notícia-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR), requerendo investigação sobre a conduta de Hugo Motta e sua chefe de gabinete. Entre os documentos solicitados estão fichas funcionais, registros de frequência, comprovantes de depósitos e as próprias procurações em cartório que autorizavam os saques.
O caso expõe um novo desgaste para a imagem do presidente da Câmara, que vinha se consolidando como liderança política em Brasília. Se confirmadas as irregularidades, o episódio pode gerar não apenas sanções administrativas e financeiras, mas também consequências criminais para os envolvidos.




