Na véspera das eleições no maior estado da Alemanha, seis candidatos da extrema-direita morrem em poucos dias

A Alemanha vive um episódio inusitado às vésperas das eleições municipais no estado da Renânia do Norte-Vestfália, o mais populoso do país, onde vivem mais de 18 milhões de pessoas. Em apenas alguns dias, seis candidatos ligados ao partido Alternativa para a Alemanha (AfD) morreram em circunstâncias distintas. Entre eles estavam quatro nomes que disputariam cargos e dois suplentes.

O AfD é um partido fundado em 2013, que começou com pautas econômicas contra o euro, mas rapidamente se transformou em uma legenda marcada pelo discurso anti-imigração, nacionalista e classificada por autoridades alemãs como de extrema-direita. Desde 2025, inclusive, o próprio serviço de inteligência do país passou a tratá-lo oficialmente como grupo de risco por tendências extremistas.

A sucessão de mortes gerou especulações em todo o país. Nas redes sociais, apoiadores levantaram hipóteses de perseguição política ou até conspiração, mas a polícia alemã afirmou que não encontrou indícios de crime. Segundo os investigadores, os casos envolvem causas naturais, problemas de saúde e até suspeita de suicídio.

Do ponto de vista prático, o episódio obrigou a justiça eleitoral a rever parte da organização da votação. Algumas cédulas precisaram ser reimpressas e os eleitores que já tinham votado por correspondência foram notificados sobre as mudanças.

Mesmo sem provas de irregularidades, o tema ganhou força no debate público porque ocorre em um momento de ascensão da AfD, que vem crescendo em regiões onde tradicionalmente tinha pouca relevância. A sequência de falecimentos, somada ao clima de polarização política, deve manter o assunto em evidência até a abertura das urnas.

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