O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União‑AP), foi claro em reunião com líderes partidários: sob nenhuma circunstância pautará o impeachment do ministro Alexandre de Moraes — nem mesmo se houvesse 81 assinaturas. Ele afirmou que não aceitará chantagens ou pressões externas para deliberar sobre o assunto.
Da mesma forma, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos‑PB), tem evitado iniciativas de enfrentamento ao STF, mantendo a pauta na base do “diálogo institucional”.
Essa postura conjunta dos presidentes Davi Alcolumbre, Hugo Motta e, indiretamente, do próprio Alexandre de Moraes — que não será alvo de debate parlamentar — soa como a de coronéis modernos: figuras que, em vez de representar e defender os interesses do povo, priorizam seus próprios poderes e protegem apenas um nome, um projeto de poder e seus cúmplices.
Se não existe nada a temer, não é compreensível essa confusão toda. É bem simples: coloca o impeachment para votar. Se não for aprovado, fim de conversa. Mas está bem claro que Motta e Alcolumbre estão com medo de que seja aprovado — e isso diz muito mais do que qualquer declaração pública.
Vale lembrar que Alcolumbre e Motta foram eleitos para representar as Casas que lideram — o Senado e a Câmara — e servir à coletividade. Mas, ao agirem dessa forma, parecem colocar seus interesses particulares acima da agenda pública e da democracia representativa.




