Pecuaristas parabenizam Donald Trump por taxação e trabalham para banir carne do Brasil

A Associação Nacional de Pecuaristas dos Estados Unidos (NCBA) se manifestou oficialmente a favor do tarifaço de 50% anunciado sobre produtos brasileiros e foi além: defendeu a suspensão total das importações de carne bovina do Brasil. O pedido ocorreu dias após o anúncio do aumento das tarifas, feito pelo ex-presidente Donald Trump.

Em nota, a entidade afirma que o Brasil apresenta riscos sanitários devido ao histórico de doenças como a encefalopatia espongiforme bovina (vaca louca) e a febre aftosa. A NCBA também acusa o Brasil de não relatar de forma rápida e transparente os casos suspeitos ou confirmados.

“Uma tarifa de 50% é um bom começo, mas precisamos suspender as importações de carne bovina do Brasil para que possamos conduzir uma auditoria completa”, diz o comunicado oficial da associação, publicada em sua página institucional.

O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo. Somente em 2023, as exportações brasileiras para os Estados Unidos ultrapassaram US$ 880 milhões, segundo dados do Ministério da Agricultura. O setor teme que o possível banimento, aliado ao tarifaço, cause forte impacto no mercado interno e nas projeções de exportação.

Até o momento, o governo brasileiro não comentou oficialmente sobre o pedido da NCBA. A expectativa é que o Ministério das Relações Exteriores se manifeste nos próximos dias.

A medida ainda não foi adotada oficialmente pelo governo dos EUA, mas o posicionamento da associação — que tem forte influência sobre o Congresso americano — aumenta a pressão para que a Casa Branca eleve o tom contra os produtos brasileiros.

O tarifaço anunciado no início de julho já havia causado preocupação no setor produtivo brasileiro. Com a nova sinalização de veto à carne, cresce o alerta no agronegócio sobre os riscos para as exportações brasileiras e possíveis retaliações em outros mercados.

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