PF insinua lavagem de dinheiro  em R$30 milhões de Bolsonaro e omite que valores vieram de doações via Pix, sendo R$24 milhões apenas no 2º turno

A Polícia Federal divulgou um relatório de inteligência financeira apontando que o ex-presidente Jair Bolsonaro movimentou cerca de R$ 30,5 milhões entre março de 2023 e junho de 2024. O documento sugere indícios de lavagem de dinheiro, mas omite um dado essencial: grande parte desses valores — R$ 19,2 milhões, oriundos de mais de 1,2 milhão de transações via Pix — são provenientes de doações espontâneas de apoiadores, especialmente durante o período eleitoral.

Segundo a PF, foram identificadas aproximadamente 50 operações classificadas como atípicas. Entre elas:
• transferência de R$ 2 milhões para custear a estadia de Eduardo Bolsonaro nos EUA, operação que já havia sido declarada;
• repasse de R$ 2 milhões para Michelle Bolsonaro;
• envio de recursos para Carlos Bolsonaro;
• contratação de escritórios de advocacia com pagamentos que somaram R$ 6,6 milhões;
• e uma conversão de dólares em reais que chegou a R$ 1,6 milhão, registrada como doação entre pai e filho.

O que a PF não destaca

A narrativa apresentada pela Polícia Federal dá a entender que todas as movimentações seriam suspeitas. No entanto, não há qualquer ilegalidade no fato de Bolsonaro transferir valores para a esposa Michelle ou para os filhos Eduardo e Carlos. Trata-se de recursos pessoais — oriundos de doações legítimas via Pix — e, portanto, o ex-presidente tem plena liberdade de dispor de seu patrimônio.

Especialistas lembram que, sem a contextualização das doações, a divulgação seletiva desses números gera a percepção de crime sem a devida prova. Omissão que reforça a ideia de perseguição política contra Bolsonaro, já que não se aplica o mesmo rigor a outros casos semelhantes, envolvendo figuras próximas ao atual governo.

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