O brasileiro vai sentir no bolso mais um aumento: o café, bebida símbolo nacional, deve ficar até 15% mais caro já a partir da próxima semana. A previsão é da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), que aponta que os reajustes começam a chegar às prateleiras entre o fim de setembro e início de outubro. O presidente da Abic, Pavel Cardoso, afirmou que o setor já vinha alertando o varejo sobre a necessidade de repassar os custos, que dispararam nos últimos meses.
O movimento de alta acontece mesmo em meio à queda recente nos preços do grão no atacado, segundo dados do Cepea/Esalq (USP). Entre os dias 15 e 22 de setembro, o arábica tipo 6 caiu 10,2% em São Paulo e o robusta recuou 11,1%. Apesar disso, o consumidor final não verá redução no supermercado, pelo contrário: o repasse será de aumento, justificado pela indústria como um reflexo da pressão acumulada na cadeia produtiva.
Outro dado preocupante é a queda do consumo interno. De janeiro a agosto de 2025, as vendas recuaram 5,41% em comparação ao mesmo período do ano passado, caindo de 10,11 milhões para 9,56 milhões de sacas. O café solúvel, em particular, já acumula alta superior a 50% neste ano, e a tendência é de que essa escalada continue afetando o bolso da população.
Enquanto a indústria fala em custos e tarifas externas — lembrando que os Estados Unidos praticamente não produzem café e podem rever o regime de importação — o fato é que o brasileiro, que já enfrenta inflação em alimentos básicos, terá que pagar ainda mais caro pelo produto que está na mesa de milhões de famílias.
Lula prometeu cafezinho e picanha e entregou apenas aumentos de 12 impostos.




