Relator da CPMI do INSS ameaça prender delegado da PF em sessão secreta autorizada pelo STF

Na quinta-feira, 28 de agosto de 2025, durante uma sessão sigilosa da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no INSS, o relator da comissão, deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), chegou a ameaçar dar voz de prisão ao delegado da Polícia Federal, Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi, responsável pela Operação Sem Desconto, que apura um esquema bilionário de descontos ilegais em aposentadorias e pensões.

A tensão começou quando o delegado se recusou a repassar informações consideradas sigilosas sobre o inquérito. O impasse foi contornado após a intervenção do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que negociou com o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), evitando que a ameaça de prisão fosse levada adiante.

Pouco depois, um habeas corpus concedido pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantiu que o delegado só poderia responder sobre fatos já tornados públicos, preservando o sigilo das investigações em andamento.

Antes da oitiva, a advogada-geral do Senado, Gabrielle Tatith Pereira, havia orientado que Bergamaschi analisasse com cautela cada questionamento, justamente para não comprometer operações sigilosas. O parecer reforçava que, caso a CPMI desejasse acesso a informações restritas, deveria recorrer à Justiça, e não esperar que o delegado as revelasse.

O episódio ocorre no momento em que a CPMI intensifica os trabalhos. O presidente Carlos Viana já havia informado que parte das provas deve ser repassada pelo STF nos próximos 60 dias, desde que não haja risco de prejudicar operações em andamento.

© 2015 Thalita Moema Blog Todos os Direitos Reservados