A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes e descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS começou a avaliar os primeiros requerimentos para convocar nomes ligados ao caso. Entre eles, a oposição incluiu José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula.
No entanto, antes mesmo da votação, a base governista já se movimenta para barrar a convocação. A manobra gera uma dúvida inevitável: se Frei Chico é realmente inocente, qual o motivo de tanta pressa em blindá-lo? Quem não deve, não teme. Por que impedir que ele fale diante da comissão e ajude a esclarecer as suspeitas?
Mais grave ainda é a contradição que se desenha: o governo diz querer combater fraudes e irregularidades, mas ao mesmo tempo se esforça para travar investigações que poderiam revelar quem está por trás dos empréstimos abusivos que sangram a aposentadoria dos idosos. Por que não deixar que a CPMI chegue até os responsáveis por esses verdadeiros roubos contra os mais vulneráveis?
A blindagem ao irmão do presidente levanta uma pergunta incômoda: estão tentando proteger um inocente ou esconder algo que não pode vir à tona? Ao dificultar a investigação, o governo passa a impressão de que teme mais o desgaste político do que a busca pela verdade. E quem perde, no fim das contas, são os aposentados que seguem vítimas dos esquemas criminosos no INSS.




