O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou que supostas fake news sobre o Pix teriam ajudado o crime organizado entre 2020 e 2024. Segundo ele, esse tipo de conteúdo teria atrapalhado a fiscalização de fintechs e fundos usados para movimentação de dinheiro por quadrilhas como o PCC.
Mas o que o governo não diz é que o vídeo do deputado Nikolas Ferreira — usado como exemplo — só foi publicado em janeiro de 2025 e, além disso, não se tratava de fake news. O parlamentar apenas expôs a indignação popular diante de uma norma que aumentava o alcance da Receita sobre operações financeiras. Após a repercussão, o próprio governo recuou e revogou a medida, demonstrando que a denúncia tinha fundamento.
Portanto, não há nenhuma relação entre os crimes cometidos entre 2020 e 2024 e o vídeo de Nikolas. Tentar misturar as datas é uma forma de responsabilizar um episódio político de 2025 por falhas de fiscalização que já vinham acontecendo há anos. A verdade é que o crime organizado atuou nesse período por falta de controle do Estado, e não por causa de um vídeo divulgado posteriormente — que, ao contrário do que dizem, não foi fake news.
