Ministros do Supremo Tribunal Federal estudam uma estratégia de retaliação contra bancos americanos e empresas como a Amazon caso os Estados Unidos apliquem no Brasil as sanções previstas na Lei Magnitsky. A proposta, discutida nos bastidores, prevê medidas equivalentes contra instituições e companhias estrangeiras que atuam no país, como forma de resposta a eventuais restrições impostas ao sistema financeiro nacional.
De acordo com a coluna de Andreza Matais, do Metrópoles, a iniciativa surge em meio à crescente tensão causada pela dependência tecnológica de empresas brasileiras em relação a serviços de infraestrutura hospedados no exterior — especialmente pela Amazon Web Services (AWS), que concentra boa parte das operações digitais de bancos e grandes companhias. Essa vulnerabilidade acendeu o alerta no STF, que teme que um bloqueio estrangeiro possa afetar diretamente o funcionamento do sistema bancário no país.
O debate também ganhou força após reuniões do Supremo com executivos do setor financeiro, incluindo nomes como André Esteves (BTG Pactual), José Vita (Itaú) e Alessandro Tomao (Santander), além de representantes da Febraban e da Confederação Nacional de Instituições Financeiras. Nessas conversas, foram apresentados cenários e possíveis impactos caso as sanções avancem. Embora os bancos afirmem que sistemas automáticos já identificam transações envolvendo alvos de sanções, há preocupação com a possibilidade de suspensão de serviços essenciais, como o acesso ao sistema internacional de transferências SWIFT.
Nos bastidores, interlocutores do Supremo avaliam que qualquer ação punitiva por parte dos EUA poderá gerar uma reação imediata no Brasil, atingindo negócios e ativos de empresas americanas no território nacional — inclusive gigantes do varejo e do setor financeiro.




