A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) anunciou a criação de uma turma especial do curso de Medicina no campus de Caruaru, com 80 vagas destinadas exclusivamente a sem-terra e beneficiários da reforma agrária. A iniciativa faz parte de uma parceria com o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e o Incra, e, segundo a instituição, não altera o número de vagas ofertadas pelo SISU.
As inscrições estão abertas apenas para pessoas ligadas à reforma agrária, incluindo assentados, beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário, acampados reconhecidos pelo Incra, comunidades quilombolas e também educadores que atuam junto a essas famílias. O processo seletivo será feito por meio de uma prova presencial de redação sobre temas ligados ao campo, como reforma agrária, comunidades rurais e educação do campo, além da análise do histórico escolar do ensino médio.
A decisão, no entanto, provocou grande polêmica. O vereador recifense Thiago Medina (PL) criticou a medida afirmando que a criação de uma turma exclusiva para sem-terra fere o princípio da isonomia e cria privilégios para um grupo restrito em detrimento de milhares de jovens que sonham cursar Medicina enfrentando o concorrido vestibular tradicional. Já o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (CREMEPE), junto a outras entidades médicas, questionou a legalidade do processo, alegando que a abertura de vagas fora do sistema do ENEM e do SISU contraria as normas consolidadas de acesso ao ensino superior.




